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por Frédéric Raynal
<pappy(at)users.sourceforge.net>

Sobre o autor:
Frederic Raynal prepara uma tese em informática no INRIA. Ele gosta também ler (tanto Tolkien como Balzac) e ouvir musica (de Mozart a Philip Glass e de Led Zeppelin a Massive Attack passando por Björk e Boris Vian, mas evitando cautelosamente o rap, a techno e outros ruídos ;-)

Traduzido para Português por:
Patrick Carpalhoso <carpalhoso(at)mail.telepac.pt>

Conteúdo:

 

Yellow Pages 2 : Do lado do cliente

Abstrato:

O artigo anterior era uma introdução aos conceitos girando a volta das yellow pages (YPs). Neste artigos iramos ver como configurar o cliente, um exemplo pratico de funcionamento do cliente e uma apresentação das diferentes ferramentas que vem juntas. Por fim, veremos um pouco o NIS+



Introdução

O lado cliente dos serviços ligados as yellow pages é baseado essencialmente sobre o demónio ypbind : ele emite os pedidos para o servidor das YPs. Em primeiro veremos ao pormenor o seu funcionamento e explicaremos como configura-lo. Depois veremos também como funciona o protocolo NIS. E na ultima parte deste artigo mostrara as diferentes ferramentas presentes no lado do cliente das YPs (as yp-tools).

Configurar o seu cliente NIS

A única coisa a fazer para por a funcionar um cliente NIS numa maquina é de executar o demónio ypbind.  

ypbind

ypbind estabelece uma ligação entre o cliente e o servidor NIS (to bind significa, entre outra coisa, ligar ou atar em inglês). Essa ligação é visível na directoria /var/yp/binding1 pelo o ficheiro convencional chamado domainname.version. A única versão actualmente suportada é a versão 2. Então se o nome do meu domínio NIS é "messie", o ficheiro sera messie.2

O programa ypbind pertence ao super-utilizador (i.e. root), ele deve de estar então no /sbin, ou no /usr/sbin.

Quando é executado, ypbind vai buscar as suas instruç�es no ficheiro /etc/yp.conf. As entradas nesse ficheiro são :

Se esse ficheiro de configuração esta incorrecto ou não existe, ypbind broadcast2 sobre toda a rede local a pesquisa de um servidor NIS para o domínio local.

Algumas operaç�es básicas permitam de verificar que ypbind esta correctamente configurado.

  1. criar o seu ficheiro /etc/yp.conf ;
  2. verificar que portmap funciona (ps aux | grep portmap). Se não for o caso, executa-lo. Esse programa associa as ports TCP/IP (ou UDP/IP) do computador aos programas. A inicializaç�es de um servidor RPC, este assinala ao portmap as portas que ele escuta e os números dos programas que ele é susceptível de executar. Quando um cliente faz um pedido RPC para um numero de programa, ele contacta em primeiro portmap para saber a porta para a qual os pacotes RPC devem ser enviados. Como o descreve o funcionamento anterior, é então necessário que portmap seja inicializado antes ypbind ;
  3. criar o directório /var/yp ;
  4. executar ypbind ;
  5. utilizar o comando rpcinfo para se assegurar que ypbind funciona correctamente : ou então em função da versão de ypbind. A mensagem importante é aquela sobre a versão 2.
Agora que ypbind funciona correctamente, a vossa maquina passou a cliente NIS. Você já pode utiliza-lo para efectuar pedidos a vosso servidor. Por exemplo, "ypcat passwd.byname" renvio todas as palavras-chave, ordenado por nome de utilizador presente na map correspondente.  

Ultimos detalhes

Alguns ficheiros devem ainda ser ligeiramente alterados para que as YPs funcionam de maneira eficaz : O que diz respeito as shadow passwords via NIS, o seu suporte só é possível com a glibc2.x. É então necessário pensar a especificá-lo no ficheiro nsswitch.conf

O protocolo NIS

Agora que o nosso cliente NIS esta completamente operacional, vamos ver como ele faz para recuperar as informaç�es que ele necessita.

Quando um cliente necessita uma informação numa map das YPs, ele começa por pesquisar no servidor YP. Para o encontrar, ele abre uma conexão TCP para o ypbind local. O cliente informe-o do domínio (falamos aqui do domínio NIS) onde ele pertence ypbind broadcast via a função RPC YPPROC_DOMAIN_NOACK. Os servidores NIS que servem esse domínio respondem com um ACK, os outros fazem de orelhas surdas.

ypbind reenvia ao cliente o resultado da pesquisa (falhanço ou sucesso) e, se ele a tiver, o endereço do primeiro servidor YP que lhe respondeu. O cliente pode agora fazer o pedido a esse servidor, composto do domínio, da map e da chave.

Esse protocolo é relativamente lente porque ele utiliza as conex�es RCP. Ainda mais, ele utiliza também muitas sockets. Para evitar essa situação, ypbind não espera que o cliente o contacta para encontrar os servidores. Na realidade ele guarda no ficheiro /var/yp/binding/. uma lista de servidor para cada domínio e verifica regularmente que eles funcionam correctamente.

As yp-tools

Esta secção apresenta muito rapidamente algumas ferramentas do package yp-tools. Para saber mais, cada uma das instruç�es disp�em de uma página man muita detalhada ;-P

Algumas palavras sobre NIS+

Ao longo deste artigo, em nenhum momento abordamos uma variante de NIS, a saber NIS+. Numa rede, NIS causa enormes problemas em termo de segurança. Por exemplo, se o servidor NIS esta mal protegido e que uma pessoa mal intencionada descobre :

  1. o nome do domínio NIS
  2. o endereço IP de um cliente NIS
só lhe resta então fazer passar-se por a maquina com o IP do cliente e enviar um ypcat passwd para recuperar de uma forma descansada o ficheiro das palavras-chave :-(

NIS+ ofereça uma camada suplementar de segurança integrando um protocolo de autentificação baseado sobre uma troca de chaves e suportando a numeração dos dados.

Os dados são armazenados em tabelas, que são por elas colocadas em directorias diferentes. Cada coluna de uma tabela disp�em de um qualificativo definindo, por exemplo, se os dados são "case sensitive", em formato binário, etc ...

A estrutura descrita permita simplesmente gerir os direitos de acceso sobre as directorias e as tabelas, mas também sobre as colunas das tabelas. Isso implica que podemos proibir o acesso a tabelas das palavras-chaves a todos os utilizadores que não são autenticados no servidor NIS+, mas autorizar a todos os utilizadores certificados a aceder a toda a tabela das palavras-chaves, excepto os campos "passwd". Só o proprietário do campo "passwd" podera vê-lo.

Existem 4 niveis de direitos :

  1. Nobody (ninguém) : o utilizador não é autenticado ;
  2. Owner (proprietário) : o utilizador é autenticado e ele é o proprietario ;
  3. Group (groupe) : o utilizador é autenticado e ele esta no grupo para esse objecto ;
  4. World (mondo) : o utilizador é autenticado mas ele não é nem proprietatio, nem no grupo para esse objecto.

Nessa configuração, root é um utilizador como os outros ... enfim, quase ;-) Se ele não tiver as permiss�es adequadas, ele não pode mais ver as palavras-chaves dos outros utilizadores. Ele não poderá mais se autentificar como um outro utilizador ... mas, ele poderá sempre fazer descansadamente um su :)

Os dados que transitam pela a rede não serão cryptados, a exepção das palavras-chaves : nenhuma palavra-chave transita em claro sobre a rede.

NIS+ é uma ferramenta potente ... mas complicado a implementar. Como Thorsten Kuduk (ele trabalha sobre NIS, NIS+, NIS-HOWTO ... enfim, uma pessoa que sabe do que se trata ;-) escreve :
"A escolhe emtre NIS e NIS+ é fácil de fazer : utiliza NIS quando não tem necessidade de segurança importante. NIS+ é bem mas problemático a administrar (particularmente do lado do servidor)"

Conclusão

Agora sabemos como inserir uma nova maquina numa rede existente e tendo um servidor NIS. Veremos, no próximo episódio, como configurar o servidor e o seu funcionamento.


Footnotes

... var/yp/binding1
As localizaç�es dos ficheiros são raramente especificadas porque elas varient de uma distribuição a outra. Por exemplo, para ter um demónio ypbind inicializado ao arranque : /etc/init.d/nis, /sbin/init.d/ypclient, /etc/rc.d/init.d/ypbind, /etc/rc.local
... broadcast2
isso significa que a mensagem é emitida sobre todo a sub-rede sem destinatário especifico com um endereço do tipo X.Y.0.0
... netgroup3
O ficheiro /etc/netgroup define os grupos compostos dos triplets (host, user, domain) servem para verificar as permiss�es quando se utiliza os comandos "a distancia" (remote logins, shells ou mount por exemplo). Ver a página man para mais pormenor.

 

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